Elemento suspeito: abordagem policial e discriminação na cidade do Rio de Janeiro

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Civilização Brasileira, 2005 - 322 páginas
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Percebendo a carência de levantamentos sobre questões ligadas ao sistema de justiça criminal do ponto de vista racial, a cientista social Silvia Ramos e a antropóloga Leonarda Musumeci escreverem Elemento Suspeito: Abordagem Policial e Discriminação, se tornando uma leitura obrigatória nos dias atuais.

Em tese, qualquer pessoa que circule pelas ruas da cidade está sujeita a ser parada e revistada numa abordagem policial. Mas na prática só alguns serão escolhidos, e essa escolha não é aleatória, mas sim assentada em critérios prévios de suspeição, em que o elemento racial é o fator preponderante. Em Elemento suspeito: abordagem policial e discriminação, de Silvia Ramos e Musumeci , comprova que a combinação entre idade (jovens), gênero (homens), cor (negros) e classe (pobres) – determinada pela moradia em favela – é o que mais identifica o que seria o típico “elemento suspeito”, no jargão policial, ou “freio de camburão”, na gíria dos jovens de periferia.

Elemento suspeito: abordagem policial e discriminação conta com uma pesquisa riquíssima, cuja análise foi elaborada a partir de entrevistas com moradores e policiais da cidade do Rio de Janeiro com dois propósitos. O primeiro, conhecer as experiências da população carioca com a Polícia, sobretudo em contextos de abordagem ou blitz, procurando não só identificar variações na quantidade e qualidade dessas experiências em diferentes segmentos sociais, mas também compreender como elas afetavam percepções e opiniões sobre o trabalho policial. O segundo, conhecer os mecanismos e critérios de construção da suspeita por parte dos policiais militares, responsáveis pelo policiamento ostensivo, buscando verificar a possível influência de filtros sociais e raciais na definição dos “elementos suspeitos”, ou seja, das pessoas com maior probabilidade de ser paradas e revistadas pela Polícia.

“As relações simbólicas entre cor e criminalidade no Brasil, embora históricas e evidentes, não correspondem a suficientes estudos que indiquem como se desenvolvem, quais seus mecanismos e em qual intensidade os estereótipos ligados a cor e raça afetam o sistema”, contam as autoras.

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Dentro del libro

Contenido

AGRADECIMENTOS
9
INTRODUÇÃO
15
MODALIDADES E NORMAS DO POLICIAMENTO OSTENSIVO
59
Derechos de autor

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